Sinto o arrepio da espinha que gostava de sentir em ti.
Voam as palavras da minha boca faminta para pousar no prado do teu alimento.
Uso a ponta dos dedos
- suaves, leves, curiosos, escravos –
para te mapear à flor da pele.
Dedos que contornam o teu rosto que ri enquanto fechas os olhos.
Olhos semicerramos que anunciam não querer ver, mas tudo sorvem.
Olhos quase tão entreabertos como os lábios húmidos de veludo ávidos do beijo imaginário que desejas te apague o fogo.
Ou te incendeie.
Escrava do pecado.
Do desejo contido mas que te percorre numa onda de gozo.
E te entregas. Fingindo-te contrariada.
Cheia de medo. Cheia de esperança. Cheia de gula.
E meus dedos podem parar no tempo e espaço.
Tapando o teu gemido sumido da tua boca.
No arquear do teu corpo. Cabeça para trás.
Corpo feito bola de fogo, húmido de lava e magistral.
E meus dedos mapeando-te como um cego lê um livro.
Contornado cada curva do teu seio. Cada pormenor do teu umbigo. Cada suave penugem onde brilha o orvalho do teu desejo.
E eu ardo. Incandescente. Inconsciente.
Perdidamente escravo de ti.
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