Percorre-me uma espécie de arrepio.
Sente-se nas bochechas. No engolir.
Ou no topo da nuca
E desce pescoço abaixo
Um formigueiro.
O engolir que provoca sorrisos
E a corrente eléctrica espinha abaixo.
Um prazer infinito.
Uma trepidação no corpo. E na mente que se expande.
Não posso dizer que as minhas mãos percorrem o teu corpo ávido
Que está quente. Mas arrepiado.
Como se os dedos percorressem a pele de galinha causada pelo sopro dos lábios.
E tudo reage.
Tudo está suave.
Dos lábios que se molham
Ou do olhar que se semicerra
Maneira de esconder a suavidade dos beijos na nuca. No pescoço.
Do toque nas costas que se espreiam
E tudo ferve.
Dos ombros que se encolhem.
Do umbigo que trémulo acolhe o passar dos dedos
Do lóbulo da orelha que se dá para ouvir no segredo do passar da língua.
E no peito o coração explode.
Arfa de desejo.
E faz subir a curva dos teus seios entumecidos
Perdidos de desejo e gula.
E tudo arde.
A cada beijo um arquear das costas conta o meu desejo indisfarçável.
Temos de parar.
Parar. Sim parar.
Mas tudo arde
Enquanto brincas provocadora com o teu seio guloso
E eu finjo não olhar.
E tudo treme
Ao passar da língua que tudo ordena
Húmida.
Do pescoço à barriga.
Sísmica. Telúrica.
Treme. Sinto isso
A cada beijo
Os teus seios estão fotografados na minha mente.
Guardado na mesma gaveta secreta com o teu cheiro
E o gemido de fundo. Do anúncio de prazer
E respiramos.
Juntos.
Escreva uma resposta