Palpitar

A natureza humana. Paixões, Desejos e Mortandades. Escrevo sobre Gula, Avareza, Inveja, Vaidade, Preguiça, Luxúria e Ira.

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Venda-me os olhos

10.11.2020 by Palpitar // Deixe um comentário

Sigo hoje pela estrada de cristal.

Dois caminhos se encontram na encruzilhada escrita por Sophia de Mello Breyner nos seus Contos Exemplares.

A minha mente resvala para um filme chamado Contos Imorais.

Ambos me educaram. Na beleza e erotismo.

As pulsões de vida estão todas aqui. A da beleza infinita e a do desejo profundo.

Quando amamos o belo ou desejamos profundamente ficamos transparentes como a água fresca ou o vidro polido.

Em nós os outros veem peixes às cores que rodopiam no lago da nossa alma. Ou campos de girassóis no prado fértil.

A única coisa que me falta compreender porque insistem as borboletas a beijar-se sôfregas nas nossas barrigas.

Somos transparentes. Límpidos. Inocentes no desejo. Ou culpados no querer.

Mas o pecado da culpa é tão subversivamente subtil quanto saboroso.

E a culpa desenterrada pelo desejo abre um poderoso caminho do nosso subconsciente para a arqueologia de nós próprios.

E a nossa transparência vista de fora é mais turva para nós.

Porque insistimos em esconder o mais íntimo inconfessável dos nossos olhos?

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