Eu precisava de paz
E não tenho paz.
Eu precisava de serenidade
E sobra a ansiedade.
Eu precisava das pernas altas ao descanso
E sobra-me o cansaço dos metros corridos.
Hoje esvaio-me de sangue de uma energia que rompe pelo ralo infinito.
Hoje contento-me com a côdea dura das almas que penam insistindo em correr já mortas.
Hoje sobra a água salobra onde boiam os corpos.
Hoje sei que o rio nos escorre por entre os dedos como o tempo pelos corpos.
Inexorável.
Hoje sei que antes do fim me sentarei contigo de mão dada partilhando o ar puro e a caminhada pelo bosque mágico.
E com isso tudo fica em paz. Tudo sossega.
Já pode parar.
E parou no beijo que sonho todos os dias.
Suave. Sereno. Sussurrado.
E no bosque mágico o relógio descompassado dá horas certas.
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